sexta-feira, 9 de julho de 2010

LIVRO SEGUNDO – MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS - Cap. IV – Perispírito e V – Diferentes Ordens de Espíritos do LIVRO DOS ESPÍRITOS DE ALLAN KARDEC

Boa tarde meus amigos,hoje nós vamos dialogar sobre o

LIVRO SEGUNDO – MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
Cap. 1 – DOS ESPÍRITOS - IV – Perispírito e V – Diferentes Ordens de Espíritos

Esse Assunto eu pesquisei no Site:http://livrodosespiritos.wordpress.com/

OBS.: Façam seus comentários para que eu saiba qual é a sua opinião, Vocês acham que eu deveria acrescentar outros temas???...

IV – Perispírito


93. O Espírito propriamente dito vive a descoberto ou, como pretendem alguns, envolvidos por alguma substância?


— O Espírito é envolvido por uma substância que é vaporosa para ti, mas ainda bastante grosseira para nós; suficientemente vaporosa, entretanto, para que ele possa elevar-se na atmosfera e transportar-se para onde quiser.

Comentário de Kardec: Como a semente de um fruto é envolvida pelo perisperma o Espírito propriamente dito é revestido de um envoltório que, por comparação, se pode chamar períspirito.

94. De onde tira o Espírito o seu envoltório semimaterial?


— Do fluído universal de cada globo. É por isso que ele não é o mesmo em todos os mundos; passando de um mundo para outro, o Espírito muda de envoltório, como mudais de roupa.

94. a) Dessa maneira, quando os Espíritos de mundos superiores vêm até nós, tomam um períspirito mais grosseiro?


— É necessário que eles se revistam da vossa matéria, como já dissemos.

95. O envoltório semimaterial do Espírito tem formas determinadas e pode ser perceptível?


— Sim, uma forma ao arbítrio do Espírito; e é assim que ele vos aparece algumas vezes, seja nos sonhos, seja no estado de vigília, podendo tomar uma forma visível e mesmo palpável.



V – Diferentes Ordens de Espíritos


96. Os Espíritos são iguais, ou existe entre eles alguma hierarquia?


— São de diferentes ordens, segundo o grau de perfeição a que tenham chegado.

97. Há um número determinado de ordens ou de graus de perfeição entre os Espíritos?


— É ilimitado o número dessas ordens, pois não há entre elas uma linha de demarcação traçada como barreira, de maneira que se podem multiplicar ou restringir as divisões, à vontade. Não obstante, se considerarmos os caracteres gerais, poderemos reduzi-las a três ordens principais.

Comentário de Kardec: Na primeira ordem, podemos colocar os que já chegaram à perfeição: os Espíritos puros. Na segunda, estão os que chegaram ao meio da escala: o desejo do bem é a sua preocupação. Na terceira, os que estão ainda na base da escala: os Espíritos imperfeitos, que se caracterizam pela ignorância, o desejo do mal e todas as mais paixões que lhes retardam o desenvolvimento.

98. Os Espíritos da segunda ordem só têm o desejo do bem; terão também o poder de o fazer?


— Eles têm esse poder, de acordo com o grau de sua perfeição: uns possuem a ciência; outros, a sabedoria e a bondade. Todos, entretanto, ainda têm provas a sofrer.

99. Os Espíritos da terceira ordem são todos essencialmente maus?


—Não; uns não fazem bem nem. mal; outros, ao contrário, se comprazem no mal e ficam satisfeitos quando encontram ocasião de praticá-lo. Há ainda Espíritos levianos ou estouvados, mais travessos do que malignos, que se comprazem mais na malícia do que na maldade, encontrando prazer em mistificar e causar pequenas contrariedades, das quais se riem.

terça-feira, 29 de junho de 2010

LIVRO SEGUNDO – MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS - Cap. 1 – DOS ESPÍRITOS - II – Mundo Normal Primitivo e III – Forma e Ubiqüidade dos Espíritos - LIVR

Boa tarde meus amigos,hoje nós vamos dialogar sobre o

LIVRO SEGUNDO – MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS

Cap. 1 – DOS ESPÍRITOS - II – Mundo Normal Primitivo e III – Forma e Ubiqüidade dos Espíritos

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II – Mundo Normal Primitivo


84. Os Espíritos constituem um mundo à parte, além daquele que vemos?


— Sim, o mundo dos Espíritos ou das inteligências incorpóreas.

85. Qual dos dois, o mundo espírita ou o mundo corpóreo, é o principal na ordem das coisas?


— O mundo espírita; ele preexiste e sobrevive a tudo.

86. O mundo corpóreo poderia deixar de existir, ou nunca ter existido, sem com isso alterar a essência do mundo espírita?


— Sim; eles são independentes, e, não obstante, a sua correlação é incessante, porque reagem incessantemente um sobre o outro.

87. Os Espíritos ocupam uma região circunscrita e determinada no espaço?


— Os Espíritos estão por toda parte; povoam ao infinito os espaços infinitos. Há os que estão sem cessar ao vosso lado, observando-vos e aluando sobre vós, sem o saberdes; porque os Espíritos são uma das forças da Natureza e os instrumentos de que Deus se serve para o cumprimento de seus desígnios providenciais; mas nem todos vão a toda parte, porque há regiões interditadas aos menos avançados.



III – Forma e Ubiqüidade dos Espíritos


88. Os Espíritos têm uma forma determinada, limitada e constante?


—Aos vossos olhos, não; aos nossos, sim. Eles são, se o quiserdes, uma flama, um clarão ou uma centelha etérea(1).

88. a) Esta flama ou centelha tem alguma cor?


— Para vós, ela varia do escuro ao brilho do rubi, de acordo com a menor ou maior pureza do Espírito.

Comentário de Kardec: Representam-se ordinariamente os gênios com uma flama ou uma estrela na fronte. É essa uma alegoria, que lembra a natureza essencial dos Espíritos. Colocam-na no alto da cabeça, por ser ali que se encontra a sede da inteligência.

89. Os Espíritos gastam algum tempo para cruzar o espaço?


— Sim; mas rápido como o pensamento.

89. a) O pensamento não é a própria alma que se transporta?


— Quando o pensamento está em alguma parte, a alma também o está, pois é a alma que pensa. O pensamento é um atributo.

90. O Espírito que se transporta de um lugar a outro tem consciência da distância que percorre e dos espaços que atravessa, ou é subitamente transportado para onde deseja ir?


— Uma e outra coisa. O Espírito pode perfeitamente, se o quiser, dar-se conta da distância que atravessa, mas essa distância pode também desaparecer por completo; isso depende da sua vontade e também da sua natureza, se mais ou menos depurada.

91. A matéria oferece obstáculos aos Espíritos?


— Não; eles penetram tudo; o ar, a terra, as águas, o próprio fogo lhes são igualmente acessíveis.

92. Os Espíritos têm o dom da ubiqüidade, ou, em outras palavras, o mesmo Espírito pode dividir-se ou estar ao mesmo tempo em vários pontos?


— Não pode haver divisão de um. Espírito; mas cada um deles é um centro que irradia para diferentes lados, e é por isso que parecem estar em muitos lugares ao mesmo tempo. Vês o sol, que não é mais do que um, e, não obstante, irradia por toda parte e envia os seus raios até muito longe. Apesar disso, ele não se divide.

92. a) Todos os Espíritos irradiam com o mesmo poder?


— Bem longe disso; o poder de irradiação depende do grau de pureza de cada um.

Comentário de Kardec: Cada Espírito é uma unidade indivisível; mas cada um deles pode estender o seu pensamento em diversas direções, sem por isso se dividir É somente nesse sentido que se deve entender o dom de ubiqüidade atribuído aos Espíritos. Como uma fagulha que projeta ao longe a sua claridade e pode ser percebida de todos os pontos do horizonte. Como, ainda, um homem que, sem mudar de lugar e sem se dividir, pode transmitir ordens, sinais e produzir movimentos em diferentes lugares.



(1) Todo este trecho se refere ao Espírito puro, desprovido do períspirito. Necessário atentar para essas variações, para não confundirmos as explicações. (N. do T.)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

LIVRO SEGUNDO – MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS - Cap. 1 – DOS ESPÍRITOS- I – Origem e Natureza dos Espíritos - LIVRO DOS ESPÍRITOS - ALLAN KARDEC

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LIVRO SEGUNDO – MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS

Cap. 1 – DOS ESPÍRITOS - I – Origem e Natureza dos Espíritos

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I – Origem e Natureza dos Espíritos


76. Como podemos definir os Espíritos?


— Podemos dizer que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Eles povoam o Universo, além do mundo material.

Comentário de Kardec: Nota. — A palavra Espírito é aqui empregada para designar os seres extra- corpóreos e não mais o elemento inteligente universal

77. Os Espíritos são seres distintos da Divindade, ou não seriam mais do que emanações ou porções da Divindade, por essa razão chamados filhos de Deus?


- Meu Deus! São sua obra, precisamente como acontece com um homem que faz uma maquina; esta é obra do homem e não ele mesmo. Sabes que o homem, quando faz uma coisa bela e útil, chama-a sua filha, sua criação Pois bem, dá-se o mesmo com Deus: nós somos seus filhos, porque somos sua obra.

78. Os Espíritos tiveram princípio ou existem de toda a eternidade, como Deus?


- Se os espíritos não tivessem tido princípio, seriam iguais a Deus;

mas, pelo contrário, são sua criação, submetidos à sua vontade. Deus existe de toda a eternidade, isso é incontestável; mas quando e como ele nos criou não o sabemos. Podes dizer que não tivemos princípio, se com isso entendes que Deus, sendo eterno, deva ter criado sem cessar; mas quando e como cada um de nós foi feito, eu te repito, ninguém o sabe; isso é mistério.

79. Uma vez que há dois elementos gerais do Universo: o inteligente e o material, poderíamos dizer que os Espíritos são formados do elemento inteligente, como os corpos inertes são formados do material?


— É evidente. Os Espíritos são individualizações do princípio inteligente, como os corpos são individualizações do princípio material; e a maneira dessa formação é que desconhecemos.

80. A criação dos Espíritos é permanente ou verificou-se apenas na origem dos tempos?


— E permanente, o que quer dizer que Deus jamais cessou de criar.

81. Os Espíritos se formam espontaneamente ou procedem uns dos outros?


— Deus os criou, como a todas as outras criaturas, pela sua vontade; mas repito ainda uma vez que a sua origem é um mistério.

82. É certo dizer que os Espíritos são imateriais?


— Como podemos definir uma coisa, quando não dispomos dos termos de comparação e usamos uma linguagem insuficiente? Um cego de nascença pode definir a luz? Imaterial não é o termo apropriado; incorpóreo, seria mais exalo; pois deves compreender que, sendo uma criação, o Espírito deve ser alguma coisa. É uma matéria quintessenciada, para a qual não dispondes de analogias, e tão eterizada que não pode ser percebida pêlos vossos sentidos.

Comentário de Kadec: Dizemos que os Espíritos são imateriais, porque a sua essência difere de tudo o que conhecemos pelo nome de matéria. Um povo de cegos não teria palavras para exprimir a luz e os seus efeitos. O cego de nascença julga ter todas as percepções pelo ouvido, o olfato. o paladar e o tato; não compreende as idéias que lhe seriam dadas pelo sentido que lhe falta. Da mesma maneira, no tocante à essência dos seres super-humanos. somos como verdadeiros cegos. Não podemos defini-los, a não ser por meio de comparações sempre imperfeitas ou por um esforço da imaginação(1)

83. Os Espíritos terão fim? Compreende-se que o princípio de que eles emanam seja eterno, mas o que perguntamos é se a sua individualidade terá um termo, e se, num dado tempo, mais ou menos longo, o elemento


de que são formados não se desagregará e não retornará à massa de que saiu, como acontece com os corpos materiais. É difícil compreender que uma coisa que teve começo não tenha fim.

— Há muitas coisas que não compreendeis porque a vossa inteligência é limitada; mas isso não é razão para as repelirdes. O filho não compreende tudo o que o pai compreende, nem o ignorante, tudo o que o sábio compreende. Nós te dizemos que a existência dos Espíritos não tem fim; é tudo quanto podemos dize por enquanto.



(1) –Os Espíritos revestidos de períspirto são o objeto desta referência. Sem o períspirito nada têm de material, como vemos na resposta ao item 79. (N. do T.)

terça-feira, 22 de junho de 2010

Cap. 4 – PRINCÍPIO VITAL -III – Inteligência e Instinto - LIVRO DOS ESPÍRITOS - ALLAN KARDEC

Boa noite meus amigos,hoje nós vamos dialogar sobre o

Cap. 4 – PRINCÍPIO VITAL - III – Inteligência e Instinto

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III – Inteligência e Instinto


71. A inteligência é um atributo do princípio vital?


— Não; pois as plantas vivem e não pensam, não tendo mais do que a vida orgânica. A inteligência e a matéria são independentes, pois um corpo pode viver sem inteligência, mas a inteligência não pode manifestar-se por meio dos órgãos materiais: somente a união com o espírito dá inteligência à matéria animalizada.

Comentário de Kardec: A inteligência é uma faculdade especial, própria de certas classes de seres orgânicos aos quais dá, com o pensamento, a vontade de agir, a consciência de sua existência e de sua individualidade, assim como os meios de estabelecer relações com o mundo exterior e de prover às suas necessidades.

Podemos fazer a seguinte distinção: l.°) os seres inanimados, formados somente de matéria sem vitalidade nem inteligência: são os corpos brutos; 2.°) os seres animados não-pensantes, formados de matéria e dotados de vitalidade, mas desprovidos de inteligência; 3.°) os seres animados pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade e tendo ainda um princípio inteligente que lhes dá a faculdade de pensar.

72. Qual é a fonte da inteligência?


— Já dissemos: a inteligência universal.

72. a) Poderíamos dizer que cada ser tira uma porção de inteligência da fonte universal e a assimila, como tira e assimila o princípio da vida material?


— Isto não é mais do que uma comparação; mas não exala, porque a inteligência é uma faculdade própria de cada ser e constitui a sua individualidade moral. De resto, bem o sabeis, há coisas que não é dado ao homem penetrar, e esta, por enquanto, é uma delas.

73. O instinto é independente da inteligência?


— Precisamente, não, porque é uma espécie de inteligência. O instinto é uma inteligência não racional; é por ele que todos os seres provêm às suas necessidades.

74. Pode-se assinalar um limite entre o instinto e a inteligência, ou seja, precisar onde acaba um e onde começa o outro?


—Não, porque eles freqüentemente se confundem; mas podemos muito bem distinguir os atos que pertencem ao instinto dos que pertencem à inteligência.

75. É acertado dizer que as faculdades instintivas diminuem, a medida que crescem as intelectuais?


— Não. O instinto existe sempre, mas o homem o negligencia. O instinto pode também conduzir ao bem; ele nos guia quase sempre, e às vezes mais seguramente que a razão; ele nunca se engana.

75. a) Por que a razão não é sempre um guia infalível?


— Ela seria infalível se não existisse falseada pela má educação, pelo orgulho e egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite ao homem escolher, dando-lhe o livre-arbítrio.

Comentário de Kardec: O instinto é uma inteligência rudimentar, que difere da inteligência propriamente dita por serem quase sempre espontâneas as suas manifestações, enquanto as daquela são o resultado de apreciações e de uma deliberação.

O instinto varia em suas manifestações segundo as espécies e suas necessidades. Nos seres dotados de consciência e de percepção das coisas exteriores, ele se alia à inteligência, o que quer dizer, à vontade e à liberdade.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Cap. 4 – PRINCÍPIO VITAL -II – A Vida e a Morte - LIVRO DOS ESPÍRITOS - ALLAN KARDEC

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Cap. 4 – PRINCÍPIO VITAL - II – A Vida e a Morte

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II – A Vida e a Morte


68. Qual é a causa da morte nos seres orgânicos?


— A exaustão dos órgãos.

68- a) Pode-se comparar a morte à cessação do movimento numa máquina desarranjada?


— Sim, pois, se a máquina estiver mal montada, a sua mola se quebra; se o corpo estiver doente, a vida se esvai.

69. Por que uma lesão do coração, mais que a dos outros órgãos, causa a morte?


— O coração é uma máquina de vida. Mas não é ele o único órgão em que uma lesão causa a morte; ele não é mais do que uma das engrenagens essenciais.

70. Em que se transformam a matéria e o principio vital dos seres orgânicos após a morte?


— A matéria inerte se decompõe e vai formar novos seres; o princípio vital retorna à massa.

Comentário de Kardec: Após a morte do ser orgânico, os elementos que o formavam passam por novas combinações, constituindo novos seres que haurem na fonte universal o principio da vida e da atividade. absorvendo-o e assimilando-o, para novamente o devolverem a essa fonte, logo que deixarem de existir.

Os órgãos estão, por assim dizer, impregnados de fluido vital. Esse fluido dá a todas as partes do organismo uma atividade que lhes permite comunicarem-se entre si, no caso de certas lesões, e restabelecerem funções momentaneamente suspensas.

Mas quando os elementos essenciais do funcionamento dos órgãos são destruídos ou profundamente alterados, o fluido vital não pode transmitir-lhes o movimento da vida, e o ser morre.

Os órgãos reagem mais ou menos necessariamente uns sobre .os outros; é da harmonia do seu conjunto que resulta essa reciprocidade de ação. Quando uma causa qualquer destrói esta harmonia, suas funções cessam, como o movimento de um mecanismo cujas engrenagens essenciais se desarranjaram; como um relógio gasto pelo uso ou desmontado por um acidente, que a força motriz não pode pôr em movimento.

Temos uma imagem mais exata da vida e da morte num aparelho elétrico. Esse aparelho recebe a eletricidade e a conserva em estado potencial, como todos os corpos da Natureza. Os fenômenos elétricos, porém, não se manifestam, enquanto o fluido não for posto em movimento por uma causa especial, e só então se poderá dizer que o aparelho está ativo. Cessando a causa da atividade, o fenômeno cessa; e o aparelho volta ao estado de inércia. Os corpos orgânicos seriam, assim, como pilhas de aparelhos elétricos, nos quais a atividade do fluido produz o fenômeno da vida: a cessação dessa atividade ocasiona a morte.

A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos: varia segundo as espécies, e não é constante no mesmo indivíduo, nem nos vários indivíduos de uma mesma espécie. Há os que estão, por assim dizer, saturados do fluido vital, enquanto outros o possuem apenas em quantidade suficiente. É por isso que uns são mais ativos mais enérgicos e, de certa maneira, de vida superabundante.

A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se incapaz de entreter a vida se não for renovada pela absorção e assimilação de substâncias que o contem.

O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tem em maior quantidade pode dá-lo ao que tem menos e, em certos casos, fazer voltar uma vida prestes a extinguir-se.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Cap. 4 – PRINCÍPIO VITAL - I Seres Orgânicos e Inorgânico- LIVRO DOS ESPÍRITOS - ALLAN KARDEC

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I – Seres Orgânicos e Inorgânicos


Os seres orgânicos são os que trazem em si mesmos uma fonte de atividade íntima que lhes dá a vida; nascem, crescem, reproduzem-se e morrem; são providos de órgãos especiais para a realização dos diferentes atos da vida e apropriados às necessidades da sua conservação. Compreendem os homens, os animais e as plantas. Os seres inorgânicos são os que não possuem vitalidade nem movimentos próprios, sendo formados apenas pela agregação da matéria: os minerais, a água, o ar etc.

60. É a mesma força que une os elementos materiais nos corpos orgânicos e inorgânicos?


— Sim, a lei de atração é a mesma para todos.

61. Há uma diferença entre a matéria dos corpos orgânicos e inorgânicos?


— E sempre a mesma matéria, mas nos corpos orgânicos é animalizada.

62. Qual a causa da animalização da matéria?


— Sua união com o princípio vital.

63. O princípio vital é propriedade de um agente especial ou apenas da matéria organizada; numa palavra, é um efeito ou uma causa?


— E uma e outra coisa. A vida é um efeito produzido pela ação de um agente sobre a matéria. Esse agente, sem a matéria, não é vida, da mesma forma que a matéria não pode viver sem ele. É ele que dá vida a todos os seres, que o absorvem e assimilam.

64. Vimos que o espírito e a matéria são dois elementos constitutivos do universo. O princípio vital formaria um terceiro?


—É um dos elementos necessários à constituição do universo, mas tem a sua fonte nas modificações da matéria universal. É um elemento para vós, como o oxigênio e o hidrogênio, que, entretanto, não são elementos primitivos, pois todos procedem de um mesmo princípio.

64- a) Parece resultar daí que a vitalidade não tem como princípio um agente primitivo distinto, sendo antes uma propriedade especial da matéria universal, devido a certas modificações desta.


— É essa a conseqüência do que dissemos.

65. O princípio vital reside num dos corpos que conhecemos?


— Ele tem como fonte o fluido universal; é o que chamais fluido magnético ou fluido elétrico animalizado. É o intermediário, o liame entre o espírito e a matéria.

66. O princípio vital é o mesmo para todos os seres orgânicos?


— Sim, modificado segundo as espécies. É ele que lhes dá movimento e duvidado, e os distingue da matéria inerte, pois o movimento da matéria não é a vida; ela recebe esse movimento, não o produz.

67. A vitalidade é um atributo permanente do agente vital, ou somente se desenvolve com o funcionamento dos órgãos?


— Só se desenvolve com o corpo. Não dissemos que esse agente, sem a matéria, não é vida? É necessária a união de ambos para produzir a vida.

67- a) Podemos dizer que a vitalidade permanece, quando o agente vital ainda não se uniu ao corpo?


— Sim, é isso.

Comentário de Kardec: O conjunto dos órgãos constitui uma espécie de mecanismo, impulsionado pela atividade intima ou princípio vital que neles existe. O principio vital é a força motriz dos corpos orgânicos. Ao mesmo tempo que o agente vital impulsiona os órgãos, a ação destes entretém e desenvolve o agente vital, mais ou menos como o atrito produz o calor.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cap. 3 – A Criação - VI – Considerações e Concordâncias Bíblicas Referentes à Criação - LIVRO DOS ESPÍRITOS - ALLAN KARDEC

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Cap. 3 – A Criação - VI – Considerações e Concordâncias Bíblicas Referentes à Criação

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VI – Considerações e Concordâncias Bíblicas Referentes à Criação

59. Os povos fizeram idéias bastante divergentes sobre a criação, segundo o grau de seus conhecimentos. A razão apoiada na Ciência reconheceu a inverossimilhança de algumas teorias. A que os Espíritos nos oferecem confirma a opinião há muito admitida pelos homens mais esclarecidos.

A objeção que se pode fazer a essa teoria é a de estar em contradição com os textos dos livros sagrados. Mas um exame sério nos leva a reconhecer que essa contradição é mais aparente que real, resultante da interpolação dada a passagens que, em geral, só possuíam sentido alegórico.

A questão do primeiro homem, na pessoa de Adão, como único tronco da Humanidade, não é a única sobre a qual as crenças religiosas têm de modificar-se O movimento da Terra parecia, em determinada época, tão contrário aos textos sagrados que não há formas da perseguição a que essa teoria não tenha dado pretexto. Não obstante, a Terra gira, malgrado os anátemas, e ninguém hoje em dia poderia contestá-lo sem ofender a sua própria razão.

A Bíblia diz igualmente que o mundo foi criado em seis dias, e fixa a época da criação em cerca de quatro mil anos antes da era cristã. Antes disso, a Terra não existia; ela foi tirada do nada. O texto é formal. E eis que a Ciência positiva a Ciência inexorável vem provar o contrário. A formação do globo está gravada em caracteres indeléveis no mundo fóssil, e está provado que os seis dias da criação representam outros tantos períodos, cada um deles, talvez, de muitas centenas de milhares de anos. E não se trata de um sistema, uma doutrina uma opinião isolada, mas de um fato tão constante como o do movimento da Terra, e que a Teologia não pode deixar de admitir prova evidente do erro em que se pode cair, quando se tomam ao pé da letra as expressões de uma linguagem freqüentemente figurada(1). Devemos concluir, então, que a Bíblia é um erro? Não; mas que os homens se enganam na sua interpretação(2) .

A Ciência, escavando os arquivos da Terra, descobriu a ordem em que os diferentes seres vivos apareceram na superfície, e essa ordem concorda com a indicada no Gênese, com a diferença de que essa obra, em vez de ter saído miraculosamente das mãos de Deus, em apenas algumas horas, realizou-se sempre pela sua vontade, mas segundo a lei das forças naturais, em alguns milhões de anos. Deus seria, por isso, menor e menos poderoso? Sua obra se tornaria menos sublime, por não ter o prestígio da instantaneidade? Evidentemente, não. É preciso fazer da Divindade uma idéia bem mesquinha para não reconhecer a sua onipotência nas leis eternas que ela estabeleceu para reger os mundos. A Ciência, longe de diminuir a obra divina, no-la mostra sob um aspecto mais grandioso e mais conforme com as noções que temos do poder e da majestade de Deus, pelo fato mesmo de ter ela se realizado sem derrogar as leis da Natureza.

A Ciência, de acordo neste ponto com Moisés, coloca o homem por último na ordem da criação dos seres vivos. Moisés, porém, coloca o dilúvio universal no ano 1654 da formação do mundo, enquanto a Geologia nos mostra o grande cataclismo como anterior à aparição do homem, tendo em vista que, até agora, não se encontra nas camadas primitivas nenhum traço da sua presença, nem da presença dos animais que, sob o ponto de vista físico, são da sua mesma categoria. Mas nada prova que isso seja impossível; várias descobertas já lançaram dúvidas a respeito, podendo acontecer, portanto, que de um momento para outro se adquira a certeza material da anterioridade da raça humana. E então se reconhecerá que, nesse ponto, como em outros, o texto bíblico é figurado.

A questão está em saber se o cataclismo geológico é o mesmo de Noé. Ora, a duração necessária à formação das camadas fósseis não dá lugar a confusões, e no momento em que se encontrarem os traços da existência do homem anteriores à grande catástrofe, ficará provado que Adão não foi o primeiro homem, ou que a sua criação se perde na noite dos tempos. Contra a evidência não há raciocínios possíveis e será necessário aceitar o fato como se aceitou o do movimento da Terra e o dos seis períodos da Criação.

A existência do homem antes do dilúvio geológico é, não há dúvida, ainda hipotética, mas eis como nos parece menos. Admitindo-se que o homem tenha aparecido pela primeira vez na Terra há quatro mil anos antes do Cristo, se 1650 anos mais tarde toda a raça humana foi destruída, com exceção apenas de uma família, conclui-se que o povoamento da Terra data de Noé, ou seja, de 2350 anos antes da nossa era. Ora, quando os hebreus emigraram para o Egito, no décimo oitavo século, encontraram esse país bastante povoado e já bem avançado em civilização. A História prova que, nessa época, a Índia e outros países eram igualmente florescentes, mesmo sem levarmos em conta a cronologia de certos povos, que remonta a uma época ainda mais recuada. Teria sido então necessário que do vigésimo quarto ao décimo oitavo século, quer dizer, num espaço de seiscentos anos, não somente a posteridade de um único homem tivesse podido povoar todas as imensas regiões então conhecidas, supondo-se que as outras não estivessem povoadas, mas também que, nesse curto intervalo, a espécie humana tivesse podido elevar-se da ignorância absoluta do estado primitivo ao mais alto grau de desenvolvimento intelectual, o que é contrário a todas as leis antropológicas.

A diversidade das raças humanas vem ainda em apoio desta opinião. O clima e os hábitos produzem, sem dúvida, modificações das características físicas, mas sabe-se até onde pode chegar a influência dessas causas, e o exame fisiológico prova a existência, entre algumas raças, de diferenças constitucionais mais profundas que as produzidas pelo clima. O cruzamento de raças produz os tipos intermediários; tende a superar os caracteres extremos, mas não cria estes, produzindo apenas as variedades. Ora, para que tivesse havido cruzamento de raças, era necessário que houvesse raças distintas, e como explicarmos a sua existência, dando-lhes um tronco comum e sobretudo tão próximo? Como admitir que, em alguns séculos, certos descendentes de Noé se tivessem transformado a ponto de produzirem a raça etiópica, por exemplo?

Uma tal metamorfose não é mais admissível que a hipótese de um tronco comum para o lobo e a ovelha, o elefante e o pulgão, a ave e o peixe. Ainda uma vez, nada poderia prevalecer contra a evidência dos fatos.

Tudo se explica, pelo contrário, admitindo-se a existência do homem antes da época que lhe é vulgarmente assinalada; a diversidade das origens; Adão, que viveu há seis mil anos, como tendo povoado uma região ainda inabitada; o dilúvio de Noé como uma catástrofe parcial, que se tomou pelo cataclismo geológico(3) e tendo-se em conta por fim, a forma alegórica peculiar ao estilo oriental, que se encontra nos livros sagrados de todos os povos. Eis porque é prudente não se acusar muito ligeiramente de falsas as doutrinas que podem, cedo ou tarde, como tantas outras, oferecer um desmentido aos que as combatem. As idéias religiosas, longe de perder, se engrandecem, ao marchar com a Ciência; esse o único meio de não apresentarem ao ceticismo um lado vulnerável.

(1) As recentes declarações do Papa Pio XII, admitindo os cálculos da Ciência para a formação da Terra, confirmam o acerto de Kardec nesta nota. (N. do T.)




(2) Advertência aos que condenam a Bíblia sem levar em conta os fatores históricos e a linguagem figurada do texto. (N. do T.)




(3) ) As escavações arqueológicas realizadas por Sir Charles Leonard Woolley, em 1929, ao norte de Basora, próximo ao Golfo Pérsico, para a descoberta de Ur, revelaram os restos de uma catástrofe diluviana ocorrida exatamente há quatro mil anos antes do Cristo. Ao encontrar a camada de lodo que cobria as ruínas da Ur primitiva, Woolley transmitiu a noticia ao mundo nos seguintes termos: “Encontramos os sinais do dilúvio universal”. Trabalhos posteriores comprovaram o fato, mostrando que houve um dilúvio local no delta do Tigre e do Eufrates, exatamente na data assinalada pela Bíblia. Este fato vem confirmar a previsão de Kardec. (N. do T.)